Irmãos, que a glória de servir seja percebida por cada um de nós na nossa sequência vivencial.

Que consigamos captar, em cada trajetória de vida, a beleza que nos envolve, a fartura que nos tange em corpos, que nos emoldura o pensamento, que nos fornece um fluxo de vida, alimentando a nossa alma e a todas as naturezas que nos envolvem; que possamos sair do nosso sono eterno de deslumbramento com a materialidade; que possamos deixar de lado essa corrente abusiva de obtenções e passemos a olhar mais para dentro de nós mesmos, visualizando esse potencial imenso que temos, a beleza e a fartura do raciocínio, da razão e da percepção, nessa grande constância que nos traz sob possibilidades intelectuais inúmeras; que olhemos esta fartura toda e saibamos agradecer, só agradecer!

O Evangelho nos alerta para este complexo: “Servir a Deus e a Mamon”, complexo este que está diante de nós o tempo todo, a podermos arbitrar por qual caminho seguir, não? Seguir a Deus, a toda esta maravilha que nos possibilita a vida em suas diversas continuidades; envolvermo-nos com o Deus Natureza, o Deus Articulação Universal de energias e possibilidades, O que cria, transforma, movimenta e nos permite a liberdade de escolha, homenageando a Criação e Jesus, Que nos mantem e orienta os mundos e as esferas.

Seguir a Mamon significa somente visar a vida material, que nos serve e possibilita a busca por um viver mais equilibrado, porém ajustado às nossas vontades e aos objetivos de cada vida. Todo esse contexto material nos irá servir enquanto estivermos em vida carnal, distanciando-nos de ânsias primárias depois que alçarmos ao plano espiritual.

A materialidade foi colocada à nossa disposição para que fosse usada em função de nossas necessidades cármicas. Mas o mais importante não é ela, mas sim, o Ser como instituição divina. E, essa instituição divina que somos precisa servir-se da materialidade, mas não permitindo que nos domine ou perturbe a nossa vida. Lamentavelmente, irmãos, isto vem acontecendo com as criaturas. A materialidade, hoje, está comandando todos e muitos não conseguem dela escapar, porque não existe a firmeza em si, não existem bases mais profundas em algum segmento religioso; não existe espiritualidade a observar atos e pensamentos. Percebemos que é mais fácil ceder ao comando da matéria e não termos comprometimentos maiores, ao contrário do que seria termos um comprometimento com o ser espiritual que somos.

Deus nos serve em amplitude maior, mas nós não aprendemos a servir a Ele. Pergunto, então: Como servir a essa Instituição, a Universalidade que nos mantém? Como? Servindo a nós e ao nosso próximo. Como servir a nós? Penso que seria olharmo-nos em profundidade, ver o que precisamos, a que viemos fazer aqui, para que estamos nesta vida terrena e qual a proposta que nos trouxe a este viver, embora estejamos bloqueados pelas cinco percepções.

Não nos lembramos dos compromissos assumidos em plano espiritual. Assim, fica mais fácil servir e usar a matéria sem comprometimentos outros. Porém, o nosso comprometimento é maior, mais profundo, é Divino, é com essa Cósmica toda que nos criou, que nos alimenta e que nos mantém.

Pensemos nisto, amigos! Não deixemos que a materialidade abuse de nós, que seja aquele mordomo que quer mandar em nossas vidas. Não. Esse comando é nosso e exige responsabilidade, exige aprofundamento, exige dever e exige respeito.

Ponderemos sobre nós, Espíritos, Almas eternas em busca de um aprendizado maior e um crescimento na escala evolutiva espiritual.

Henrique Karroiz