Amigos, a nossa vontade é sempre a de buscar o belo, de buscar a imensidão, de buscar a beleza a ser filtrada na escuridão da noite, ao destacarmos os astros e as estrelas a abrilhantarem a noite dos enamorados, a trazer àqueles que navegam nos mares e oceanos o direcionamento a um porto e, também, aos sentimentos que lhes atingem quando percebem o quão pequenos são na vastidão dos mares, dos oceanos e, desta imensidão infinita.

Cada um de nós tem um sonho, um sonho de vida, uma ilusão que nos traga o palpitar do coração, a semeadura livre de uma conquista, uma conquista de paz, de harmonia no equilíbrio de nossos sentimentos e de nossos ganhos pueris, muitas vezes, ainda na materialidade densa.

A liberdade é buscada por cada alma. Liberdade tão ansiada, tão procurada, mas tão mal direcionada. Mas só vamos atingir e fazer parte desta libertação, quando nossas almas souberem distinguir o bem do mal, o amor do ódio, a paz da desarmonia, a luz das trevas.

Libertos queremos ser e tentamos nesta materialidade fugir de compromissos, andarmos livres pelo mundo, tornarmo-nos andarilhos pisando onde queremos, nos alimentando daquilo que nos dão às migalhas, para podermos dizer: somos livres!

Mas quão preso ainda e iludido é esse Espírito que busca uma falsa liberdade em terras tão rudes, tão enlameadas de orgulho, de poderes, de ganâncias e de viciações. Que liberdade é essa, se você não tem a liberdade de ser, a que possa andar por todos os palcos divinos, demonstrando a sua libertação de Espírito eterno? A nossa libertação precisa brotar, primeiramente, através dos deveres cumpridos, das responsabilidades abraçadas, numa nítida conscientização de paz a nos envolver, diante de nós mesmos e daqueles que caminham conosco.

Isto não é liberdade, é atordoamento, é falso desperdício de tempo, é falsear ideais e objetivos, é desprezar uma vivenciação, é olvidar o chamamento maior de Jesus.

Precisamos, amigos, aprender a buscar essa liberdade, mas a liberdade da nossa consciência de Espíritos libertos de remorsos, de culpas, de erros, de vícios, Espíritos livres, a nos despojarmos de nós mesmos em favor do nosso próximo, dos menos agraciados pela sorte.

Assim, sim, seremos livres, teremos a liberdade tão ansiada, embora ainda difícil de ser alcançada, porque lutamos com os aguilhões que nos prendem a nós mesmos a cada vida: libertamo-nos de alguns e nos vinculamos a outros.

Quando será que a liberdade total se dará a nós?

Irmãos, a nossa luta pela liberdade é eterna. Queremos sempre uma liberdade avassaladora para que não nos visualizemos vinculados ainda a alguns pontos obscuros de alguma vida passada. Essa liberdade só será galgada e nos envolverá quando soubermos avaliar a beleza da Criação e cumprirmos com as devidas leis do amor, do respeito, dos deveres e da solidariedade com todas as naturezas.

Busquemos, sim, essa liberdade, a cada minuto, a cada instante, orientando nosso pensamento, ponderando sobre nosso viver, selecionando os nossos sentimentos, aparando a nossa moral, fazendo com que a nossa nutrição espiritual seja dada por orientação divina. Entreguemos nossa vida a Deus, confiemos Naquele que nos criou, que nos mantém e espera, infinitamente, pelo nosso crescimento como almas eternas.

Henrique Karroiz