Naturalmente, que “milagres” acontecem. Quando me refiro à palavra milagre, quero dizer a expansão de movimentações íntimas a nos conceder préstimos nos quais nos exercitamos, usando a persistência, lutando por algo que nos acrescente, fazendo-nos fortes a realizar propostas cármicas.

Milagres são concessões íntimas, que se exteriorizam em benefícios mais amplos, a nos atingirem em contextos estruturais ou vivenciais, ditos como a mão de Deus a nos possibilitar concessões maiores. Porém, não nos esqueçamos de que, para que “milagres” aconteçam, é preciso que partam de nós movimentações a querer resolver algo que nos incomoda, e que teremos de manter-nos lúcidos em nossas necessidades e propostas, pedindo ao Pai que nos ajude a persistir nos objetivos.

Cada concessão, que recebemos, vem, exatamente, no momento em que a alma se permite envolver, diretamente, em suas próprias problemáticas, tentando resolvê-las, imbuída de que necessita de realizar esforços e buscar caminhos corretos, para que o mundo espiritual, os Espíritos trabalhadores do Cristo possam, também, movimentar energias, se propiciando à resolução de problemáticas mais dilatadas.

Assim, os milagres são movimentações íntimas, se externando como fonte de remodelação de corpos e mentes, porém, nada mais do que o devido merecimento amealhado em participação conjunta: da terra, através do seu pedido; dos céus, pelas almas iluminadas.

Usemos de maiores percepção e propósito, a tentar realizar “os milagres” em nosso próprio íntimo, ou seja: “o milagre” de nos modificarmos para melhor; “o milagre” de retermos uma fé mais raciocinada e sentida; “o milagre” de nos vermos mais intimamente e buscar recursos a uma modificação positiva, a estabelecer a harmonia às nossas funções orgânicas e mentais; “o milagre” de sermos mais amigos e compreensivos, fraternos e cristãos; “o milagre” de sermos humildes e simples em nosso viver, não estabelecendo divisas de raças, credos ou línguas.

Todos estes “milagres” poderão surgir e nos trazer benefícios maiores, porém, sempre será necessário que esta busca parta de cada um de nós, procurando, na consciência atual e na vontade de estabelecer ritmos mais harmônicos no viver, as modificações íntimas, a se externarem no campo vivencial do lar, do trabalho e do social.

Henrique Karroiz