Diante das imensas necessidades de cada um, diante das nossas lacunas, das inúmeras pretensões, muitas vezes, além do que nos está permitido, além do que nós mesmos conseguimos alastrar diante desta vivência neste planeta, ainda muito árido, muito materialista, as urgências surgem, os pedidos se aglomeram, se amontoam por todos os lados.

As criaturas buscam um seguimento de fé, uma orientação, uma luz, um conforto. Essa orientação buscada, essas tentativas, nem sempre tão lúcidas e raciocinadas, nos colocam, muitas vezes, em panoramas diversos àqueles que a nossa fé, e a nossa concepção moral detém.

Muitos estão ainda à deriva, em busca de algo em que se basear como ser divino e cristão que são.

Será que os indivíduos hoje, se estão relacionando bem com sua própria fé ou com a pretensão de uma fé mais firme e real? Tenho a impressão de que nem sempre isto acontece.

Será que esta Humanidade, na altura do seu atual intelectualismo, da atual abertura científica, dos avançados moldes de vida, está buscando uma direção certa?

A Humanidade ainda precisa de um Pastor, do Verbo do Cristo, deste Espírito elevado que se chegou a nós em forma carnal e que nos trouxe os códigos de Amor e de Caridade. Esta Humanidade, meus irmãos, está precisando somente destes códigos, nada mais e não de artifícios que envolvem muitos templos religiosos. As criaturas hoje, infelizmente, estão muito condicionadas a uma busca material cada vez mais intensa. Imergem e submergem nesta materialidade, estonteando-se e colocando como objetivo único e real de suas vidas, a obtenção de materialidades em excesso.

Dia a dia, a comercialização da matéria é ultrapassada em seus avanços, em suas potencialidades.

Dia a dia, o homem naufraga dentro da sua própria busca, de sua vaidade e da imensurável ganância. A criatura muitas vezes tem vontade de seguir um caminho mais simples, uma vida mais amena. Tem vontade de andar com seus pés na relva, de apreciar a Natureza, o céu, os astros, os pássaros; tem vontade de ter tempo para buscar nas pessoas que a rodeiam coisas mais íntimas, mais pessoais; tem vontade de travar diálogos mais amigos, perder um tempo, sim, perder um tempo em conversar, em ajudar, em dedicar uma palavra mais irmã às tantas almas que a rodeiam. Mas, por vezes, sente que será uma perda de tempo. Não, absolutamente, isto será viver em comunhão de sentimentos, de ideais, em comunhão de potenciais e essências divinas de que cada um de nós é constituído.

Irmãos, a fé está aliada à nossa vivência diária, não precisando buscar refúgio em templos tão perfeitos. A fé precisa ser traduzida em palavras, em atos, em expressões simples, amigas e cordiais. Esta é a fé vivenciada e trazida a esta esfera por nosso Mestre Jesus Que soube colocar, objetivamente, este código de vida, de amor, de caridade, de compreensão.

É difícil concretizar a mensagem cristã em nosso viver, no relacionamento com as criaturas que nos rodeiam? Não, quando a vontade impera e colocarmos o fator tempo e dedicação, em pequenos espaços de diálogos fraternos entre todos.

Jesus colocou a fé em mandamentos, em mensagens de amor, numa fé dialogada e trazida a atuações presentes, leais e verdadeiras.

Busquemos esses momentos, não pensemos que estamos perdendo tempo ao nos dedicarmos a um irmão que precisa de um diálogo amigo, pois quantas e quantas vezes uma palavra amiga resolve uma desestruturação emocional, afastando idéias negativas e depressivas.

Procuremos, irmãos, dentro de nossas possibilidades íntimas e físicas de tempo e de lugar, exercitar a fé que nos conforma a alma, esta mensagem dialogada que Jesus nos trouxe em forma de convivências amigas e, acima de tudo, sinceras, e estaremos exercitando, dentro de nossas possibilidades a mensagem trazida das esferas superiores.

Henrique Karroiz